quinta-feira, 20 de abril de 2017

Notas sobre as eleições francesas

Não escrevi até agora nada sobre as eleições francesas. Não o fiz porque conheço a política francesa e ainda melhor as dinâmicas de campanhas eleitorais e neste momento qualquer observador tem de ser cauteloso. Mas há 5 notas que deixo:

1- Ao contrário de outros, eu não comento o que não sei, por isso alguns deviam estar calados sobre estas eleições, porque não percebem nada do estado da arte gaulês e muito menos de campanhas e comunicação política;

2- Há apenas uma certeza:... neste momento o cenário partidário tradicional morreu. A esquerda socialista implodirá, a direita tradicional que sempre teve grupinhos e muitos chefes, vêem o seu poder esvaziar com a ascensão do partido Le Pen e a afirmação de um centro, que tinha como referência Bayrou, e passa a ter Macron;

3- como em todo o mundo, crescem dúvidas sobre os institutos de sondagens. Até que ponto esta realidade de 4 candidatos presidenciais teoricamente, e tecnicamente, empatados corresponde à realidade é algo que só será dissipado depois das urnas encerrarem;

4- também como em todo mundo, vemos a radicalização dos discursos e a ascensão das pontas - esquerda e direita - do espectro partidário com Mélenchon e Marine.

5- Tenho saudades de Mitterrand, Rocard e até de Giscard e Chirac, e muitas mais de De Gaulle. Outros homens, outros tempos.

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