domingo, 31 de outubro de 2010

Oráculo (144)

«Num escritor, o que foi feito ficou feito, enquanto na ciencia tudo está a mudar. A obra precisa de ser revista»

António Damásio

sábado, 30 de outubro de 2010

Sugestões de fim-de-semana (3)

Fim-de-semana alargado em que regressa a hora de inverno. Aqui ficam umas sugestões para ajudar a passar o tempo.

Livros

Dez Grandes Estadistas Atenienses, de José Ribeiro Ferreira e Delfim Leão, Edições 70, 285 páginas. Para quem gosta de história, conhecer as vicissitudes de uma democracia da Antiguidade é interessante. Claro que neste livro também está a fase da ditadura de Pisístrato, que governou Atenas durante 10 anos, mas conhecer Drácon, Sólon, Péricles ou Alcibíades leva a marcar a diferença (ou não) com estadistas da actualidade.

O Fogo, Katherine Neville,Porto Editora, 490 páginas. Cheguei aqui neste espaço a escrever sobre o Oito, livro que antecede a acção deste e que foi escrito 20 anos antes das coisas do Dan Brown. São peças do xadrez de Montglane, que vêm do tempo de carlos magno e que podem afectar a humanidade. Thriller com misticismos e nomes históricos à mistura, mas bem escrito.

Cinema

Laura, de Otto Preminger. É muito difícil escolher o melhor filme de sempre. Se me pedissem para escolher os melhores 50 filmes de sempre era mais fácil. Este estaria nessa minha lista. Gene Tierney é a mulher que todos julgam morta, mas que regressa, e que desperta três paixões. Este é um "film noir" no seu melhor, fotografia, música, diálogos fenomenais e a personagem inesquecível, irritante, de Waldo Lydecker (Clifton Webb).

A rede Social, para ir ao cinema, ver a película polémica de David Fincher, com o argumento de aaron Sorkin, o criador de West Wing, sobre Mark Zuckerberg, criador do facebook.

Séries de Televisão

The Company - Para quem leu o livro do Robert Littell com mais de 1200 páginas, eu li, sabe que é a história da CIA, da guerra fria. São 6 episódios que vão estrear esta semana num dos Fox. Eu já tenho a série, já a vi, e recomendo porque o ambiente e a reconstrução da época são excelentes.

O Polvo - Gosto sempre de insistir com coisas que valem a pena. Para os mais novos que não a viram, pois é uma série que já tem mais de 20 anos, é uma produção da RAI sobre a Mafia. Cattani, Tano Cariddi, Spinoza, Antinari, Silvia Conti, Terrasini, Olga Camastra,etc. Personagens inolvidáveis em 10 temporadas e estão todas à venda. A melhor é a 4a, mas a 2,3,5,6 também são fantásticas. Vão assistir a alguns dos diálogos mais memoráveis sobre o poder e a condição humana.

Restaurante

Caxemira. Restaurante indiano escondido num 1º andar da Praça da Figueira, com a mais valia de uma pessoa chegar e nem perder tempo com dilemas na escolha. Pede-se aos senhores e eles trazem belas iguarias. Com uma vantagem que é barato. O mau é que fecha muito cedo.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Quem o PS e o PSD representam...

Artigo demolidor do Fernando Sobral hoje no Negócios sobre a política portuguesa.

«Se dúvidas havia, elas dissiparam-se. PS e PSD pensam primeiro em si e nos seus. Depois em nós, os portugueses. É uma opção válida. Mas demonstra como, hoje, PS e PSD deixaram de representar Portugal. Representam-se a si mesmos e aos seus interesses. Este não é o «american way of life em que todos têm a hipótese de subir na vida e de conquistar um lugar ao sol; é o «portuguese way of life», onde quem anda nos partidos tem uma hipótese soberana de subir na vida, independentemente do que sucede aos portugueses».

É nestas alturas de pré-caos que a história diz que podem surgir rupturas. Sociais e políticas. E o cansaço dos portugueses face à política pode levar a reorganizações.

Campanha de comunicação para o Mundial 2018

Em Portugal já se veio garantir que não existe qualquer acto de corrupção. Espanha diz que a campanha de comunicação contra algumas candidaturas tem sido formulada pelos ingleses. Vejam as manobras de comunicação para influenciar a FIFA por aqui

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Oráculo (143)

«Nos livros de Tintin encontro as 3 virtudes do conservador liberal: a vontade de saber muito, a determinação de acreditar em muito pouco e a convicção de que nenhum ideal humanitário nos deve fazer esquecer as pessoas reais que estão à nossa volta»

Rui Ramos

O País segue dentro de momentos

Na novela do Orçamento o bailado vai continuar. Portugal é um país adiado mais uns dias. Algo que beneficia Cavaco Silva, que surge como contraponto de credibilidade a um duelo partidário que aguarda mais uns dias por uma abstenção do PSD.

Como dizia ontem António José Teixeira, «O PS merecia o chumbo deste Orçamento, mas o País não merece este chumbo».

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Oráculo (142)

«Não tenho medo dos factos tenho medo das manchetes»

Millôr Fernandes

terça-feira, 26 de outubro de 2010

E Cavaco disse...NADA

A esfinge falou e o país parou. Doze minutos para dizer que é austero, sensato, tem conhecimentos económicos, foi militar, não gasta em outdoors e que é um árbitro. Resumindo: que vai continuar calado.

O exercício dos analistas será tentar perceber as entrelinhas aspergidas pela esfinge de Belém. Um contabilista e nunca um político. Frio, sem emoção e com um discurso pequeno, típico de Boliqueime e não de um país chamado Portugal.

Foi muito pouco. Vai estar, não vai fazer. Também não pode. Fala em verdade, mas falta em ambição. Diz que é de futuro e de esperança, mas ninguém acredita. É o retrato fiel de uma geração que fez política e que vai em breve entrar no que será o passado.

Vamos continuar um país triste. E endividado pelas obras e o alcatrão que ele espalhou pelo país. Portugal perdeu o futuro com Cavaco, não era agora que o ia encontrar.

Oráculo (141)

Um neo-conservador é um liberal que foi atacado pela realidade»

Irving Kristol

Redes sociais para combate de audiências

Tenho alguma curiosidade por audiências e resultados em televisão. São extremamente importantes e devem estar na mente de quem trabalha em comunicação.

Ontem, a TVI estreou mais uma novela, algo já normal e que tem consolidado a sua audiência no prime-time. Aqui não há novidades e com a excepção dos Ídolos ou de um jogo de futebol a estação de Queluz ganha sempre.

Mas o mais interessante é o que passa entre os nossos vizinhos espanhóis. Lá, no prime-time, não há novelas. Há séries. As melhores produções americanas e também o melhor produto nacional que eles fazem.

Um grande combate se perspectivava entre "Hispania" e "Felipe e Letizia". Pois bem, a nova arena do combate foi o "twitter" com comentários durante as emissões. Veja os resultados.
Com uma nota: enquanto Portugal vive narcotizado por 3 horas de novelas (felizmente o Cabo está a crescer, o que dá indicadores de melhoria dos gostos), Espanha é um país de lazer. Mais importante o convívio, uma "tapa" e uma cerveja com os amigos.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

A Casa dos Segredos (3) e livros no Google

A TVI fez de facto um grande programa. Consegue suportar com o talento de Júlia Pinheiro mais de 3 horas de emissão.

Às vezes questiono-me como é que aquela gente na plateia tem paciência para aquilo, como é que tantos portugueses fazem daquele bando de grunhos heróis.

O pastor a dizer que andou ali atrás das moças «a xuar (ele fala axim)que nem um toiro» e a falar francês é algo para uma pessoa se rebolar de gozo. O jogo de pôr aquela gente na cama uns dos outros é o que o povo quer e revelações bombásticas da sra. que foi acompanhante de luxo também.

Ontem, começaram a insinuar, pelas subtilezas da própria cavalheira, que o amor da vida dela foi o »Jorge». Pessoa polémica ligada ao desporto. Júlia Pinheiro viu logo a possibilidade de ligação a Jorge Nuno Pinto da Costa.

Será o enredo da semana, para lá da novela do Orçamento de Estado que acabará por chegar a acordo e o anúncio mais do que sabido da recandidatura de Cavaco a Belém.

Mas o mais interessante e que provavelmente não interessará à plateia da Casa dos Segredos (ainda não vi nenhum concorrente a ler) que deve ler pouco, a não ser as revistas cor de rosa que desde que se iniciou o programa não páram de dar notícias da vida dessas figurinhas, é esta notícia da Briefing.

Cerca de 400 mil livros serão disponibilizados para diversas plataformas através do Google. Algo que possibilitará ainda mais a cultura para toda a gente. O problema é que o povo gosta de "cóltura" e está-se marimbando para a cultura.

Oráculo (140)

«Quando uma mulher está a falar contigo, ouve o que ela diz com os seus olhos»

Victor Hugo

domingo, 24 de outubro de 2010

90 anos da Vogue

O Manuel Falcão, homem atento à cultura e à moda, já tinha chamado a atenção para esta revista.

São os 90 anos de excessos da Vogue, que só ontem tive oportunidade de ler e sobretudo ver.

Não há marca de moda que não esteja lá. As fotos. como sempre, são geniais e a publicidade de algumas marcas feita especialmente para esta edição é inesquecível.

É uma revista cara, mas que fica para sempre. Vale a pena mesmo.

Um país menos português na CPLP

A Guiné-Bissau é um dos países mais pobres de África e o que mais sentiu o abandono, enquanto ex-colónia, de Portugal.

Carlos Gomes Júnior, o actual PM, pessoa com quem trabalhei, em Lisboa, na maior vitória de sempre do PAIGC é das poucas pessoas capazes de fazer a ligação com o nosso país.

A Guiné-Bissau é cada vez mais um estado francófono, um estado à deriva, um estado ingovernável. Precisa de investimento, mas as constantes crises políticas e a influência do narcotráfico impedem que qualquer empresário assuma ali um risco, que é sempre elevado.

Nesta notícia, lê-se a saída dos investimentos da PT naquele território. É o adeus português definitivo, num país que ainda há pouco tempo - me dizia o ministro dos Recursos Naturais, Óscar Barbosa - precisava de dois geradores em segunda mão, pois não havia luz na capital a partir das sete da tarde.

sábado, 23 de outubro de 2010

Oráculo (139)

«A política é apenas um jogo de labirintos»

in "The Good Wife", série de televisão

Cavaco «on the road»

Escrevi logo em início de Setembro que aquela reportagem de seis páginas de Cavaco no Correio da Manhã a expor a sua intimidade era o sinal final, para os que ainda aguardavam, da sua recandidatura a Belém.

Hoje, DN já revela o seu director de campanha, Luís Palha, e ontem o Sol já falava das suas estruturas distritais de campanha e respectivos mandatários.

O Expresso faz o produto final de pré-lançamento da sua candidatura, após Marcelo ter furado tabu habitual que sempre norteia a esfinge de Belém.

Mas chamo a atenção, no Expresso, para esta frase, que retiro do blog Lugares Comuns. E deixo para reflexão dos leitores. Lembram-se de Sampaio? A AR, em 2005, estava contra o Governo que por coligação maioritariamente apoiava?

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

O domínio cultural da esquerda

Quando Mario Vargas Llosa ganhou o Nobel da literatura escrevi isto.

Disse que era a vitória de um escritor de direita democrática, liberal e tolerante. E nesse post estava isto: «e sem problemas por habitualmente estar à direita, algo de que muitos escritores têm vergonha, achando que ser de esquerda dá mais credibilidade a quem escreve romance, novelas, ficção ou poesia».

Pois Vargas Llosa deu esta semana uma entrevista nas páginas amarelas da Veja onde diz o seguinte: «A esquerda tem o controlo do establishment cultural. Ela domina o mundo académico, as editoras e até os sectores de cultura de jornais e revistas de direita. Isso dá um poder de chantagem enorme à esquerda. Todo o escritor, desde muito jovem, sabe que não ser de esquerda significa defrontar portas fechadas. Por outro lado, ser esquerdista garante regalias. A esquerda fracassou em tudo, menos no controle da cultura. Isso foi possível porque a direita é muito ignorante».

Deixo à atenção dos leitores e de outros bloggers que gostam de batalhas ideológicas.

Sugestões de fim-de-semana (2)

Não sei como vai estar o tempo, mas confesso que eu espero ficar por casa.

Livros

Tony Blair - Um Percurso; Editora Bertrand, 714 páginas. Já o comecei a ler e a escrita é boa, ágil. Logo no início, Blair diz ao que vem: «o meu objectivo é escrver não como um historiador, mas antes como um líder» e deixo mais duas passagens: «eu era o eterno guerreiro contra a complacência. Falava regularmente como se podia perder a liderança nas sondagens, como nunca se devia subestimar os conservadores. Fingir que estava tudo no fio da navalha, ajudou a motivar, a galvanizar e a manter-nos na linha»; «Se tivermos a política certa e a estratégia correcta, temos sempre hipótese de ganhar. Sem elas, podemos perder, por mais certa que a vitória possa parecer».

Asa Larsson - Aurora Boreal; Editora Planeta, 321 páginas. Um bom policial em perspectiva. Os autores nórdicos, suecos, noruegueses e islandeses estão muito fortes neste género literário. E como daquelas sociedades que imaginamos frias, quase sem alma, saiem as maiores preversões e os crimes mais negros. O Hipnotista, do Kepler que anda por aí é fantástico, os livros do Henning Mankel e o seu detective Kurt wallander é prodigioso, Anne Holt (norueguesa) e Yrsa Sigurdardóttir (islandesa) são também imperdíveis.

Filmes

O ofício de Matar, de Jean-Pierre Melville, um dos grandes clássicos do cinema francês agora em edição dvd portuguesa, com o melhor Alain Delon de sempre.

Young Mr. Lincoln, de John Ford, integrado na magnífica nova colecção de grandes realizadores que o Público traz à 6a. A origem do mito Abraham Lincoln através do seu primeiro caso judicial quando ainda era jovem, com Henry Fonda em grande

TV

The Good Wife - Este sábado a Fox Life passa 3 episódios desta grande série para quem ainda não viu. Uma advogada que segue a carreira depois do marido político ser apanhado num escândalo sexual. julianna margulies e Chris Noth (o mr.Big do Sexo e a Cidade)

National Geographic Wild - confesso que gosto de ler de televisão ligada e habitualmente faço-o neste canal. Destaco dois documentários esta semana: A vida selvagem no Kamchatka (na Rússia) e uma disputa de território de tigres na Índia. A vida animal é muito educativa para as sociedades humanas.

Oráculo (138)

«O que eu faço é uma gota no meio de um oceano. Mas sem isso, o oceano será menor»

Madre Teresa de Calcutá

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

O melhor político brasileiro

O melhor político brasileiro chama-se Aécio Neves. Neto de Tancredo Neves, faz a capa da Veja esta semana porque dele depende muito resultado das presidenciais.

Em anterior análise antevi a neutralidade de Marina Silva, e dizia que um candidato que ganha S. Paulo e Minas Gerais vai para o Planalto.

Em S. Paulo, o berço do PSDB, partido de Fernando Henrique Cardoso e José Serra, este candidato só ganhou por 800 mil votos. Na última eleição, apoiado em Serra, Geraldo Alckmin obteve mais 3,6 milhões de votos do que Lula. Agora, Alckmin vai retribuir o favor e partir para cima para que a vantagem seja mais alargada.

Em Minas, Aécio fez uma campanha sensacional em prol do seu sucessor em Belo Horizonte, António Anastasia e deu-lhe uma vitória na primeira volta de mais de 60%. Mas nas presidenciais, Dilma ganhou aqui. Agora solto da luta pelo governo estadual, Aécio prepara-se para dar a volta e ganhar para o PSDB.

Aécio foi o gestor que tirou Minas da bancarrota com programas inovadores e boa política social. Para mim ele era o grande candidato, mas o PSDB uniu-se em torno de Serra.

Apesar de Dilma partir na frente é de Aécio que vai depnder muito o futuro próximo do Brasil.

Oráculo (137)

«Detesto o que acontece com este país. Detesto o que a OPEP tem feito, sugando o sangue da gente. Detesto o que a China tem feito. Nós fazíamos produtos, agora não fabricamos mais nada»

Donald Trump

O Power Point estupidifica as pessoas?

O Power Point é uma ferramenta muito utilizada em diversas áreas empresariais e de estudo. No mercado de Conselho em Comunicação é extremamente utilizado na apresentação de conferências e, sobretudo, na criação de propostas a clientes.

O Power Point é um bom aliado quando não maça, é uma ferramenta de apoio naquilo que deve ser o mais importante: a comunicação entre as pessoas.

Já apanhei tipos a lerem linha a linha o que está no power point, o que significa que de comunicação percebem zero! E a sua capacidade comunicacional é abaixo de zero!

Não há apresentação em público que não recorra a ele. Ora, isso significa que faltam pessoas que consigam enlear com o seu discurso uma assistência. Um discurso deve ser galvanizador e, hoje, há muito poucos capazes de prender as pessoas sem imagens e filmes de apoio.

Quando apresentei a Special One - está quase a fazer um ano - perante mais de 100 pessoas não utilizei power point nenhum. Falei mais de 30 minutos e não vi ninguém a bocejar e disse o seguinte (lembro-me apesar de falar de improviso, sem papeis): «não uso power point para falar às pessoas. Os dois maiores oradores da antiguidade, Demóstenes, na Grécia, e Cícero, o "deus" da oratória em Roma, também não tinham power points. Tinham apenas a força das palavras e a nobreza das suas convicções».

O El Pais, ontem, publicou um texto intitulado «Power Point nos hace estupidos?», que deixo para vossa reflexão. E confesso que é um abuso de Power Points em intervenções públicas.

Quando a cultura ajuda a política

E na recta final de campanha presidencial brasileira, os vultos da cultura mostram quem apoiam.

A comunicação política, desde sempre, necessitou de cravos na lapela e as figuras da cultura e do desporto, habitualmente, são as mais usadas por políticos.

E no Brasil, apesar de Dilma ser fraquíssima, as suas tropas conseguiram mobilizar boa gente. Até com 102 anos o grande Oscar Niemeyer apareceu. Pode ver aqui.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Toca a ajudar a Carolina

A minha amiga e ex-colega Carolina Enes (diga-se, a minhota mais simpática do mundo) pede-me ajuda para a conclusão de um seu trabalho que é importante para a área do Conselho em Comunicação.

Como já a ajudei, e a outros (as) colegas, no passado noutros trabalhos, não podia deixar de ajudar agora. façam o favor de colaborar neste questionário. Ela fica agradecida.

Manuela Moura Guedes na SIC

Confesso que gosto da Manuela Moura Guedes, do seu estilo próprio de quem consegue fazer um jornal com assinatura própria. A outra pessoa que também o faz, e eu gosto, em Portugal é Mário Crespo.

É um estilo que se ama ou odeia. E reconheço que algumas edições do seu jornal de Sexta na TVI eram violentas demais. Mas as grandes figuras da televisão (ou da política, por exemplo) têm seguidores fixos.

É um facto que a sua saída tirou peso à informação da TVI que, ainda por cima, perdeu um jornal ganhador nas audiências que ela comandava. Júlio Magalhães tem vindo a tentar recuperar as coisas, nomeadamente com a contratação de pessoas também com assinatura própria no comentário: primeiro Marcelo e depois Carrilho e Pedro Santana Lopes.

Mas Manuela será sempre um trunfo para qualquer meio que a contrate. O seu caminho é conhecido: a SIC. Mais cedo ou mais tarde. Com ou sem José Eduardo Moniz lá. A SIC bem precisa dela para dar um salto nestes meses que têm sido de perda absoluta para a TVI e também para a RTP.

Do lado da Gomes da Costa, José Alberto Carvalho já esclareceu que nunca a contratará. De Carnaxide, Luís Marques já disse que a estima e não desmente a sua ida para lá, apesar de não ser em breve.

A SIC era a televisão ideal para Manuela Moura Guedes comandar os jornais de fim-de-semana ou um mega jornal semanal,duro, com entrevistas e reportagens-choque. Eu, no lugar deles, contratava-a.

Nick Clegg ganha prémio de PR sem o comprar

Leio através da Alda Telles esta notícia.

Nick Clegg, líder do Lib Dem e que seriamente ameaçou fazer ruir a bipartidarição em Inglaterra, apesar do resultado não ter sido tão bom no final, ganhou o prémio de comunicador do ano da PR Week.

Dizem-me que não pagou para se candidatar nem comprou assinaturas.

Oráculo (136)

«A sensualidade é sede desgovernada» (`luxuria est sitis ebria`)

S. João Crisóstomo

A fama na aldeia do Facebook

Grande artigo do Francesco Alberoni, ontem no I, sobre o Facebook.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Carta a Jovens Consultores (5) - Cobranças difíceis

A pergunta é feita por leitor identificado que pediu o anonimato, diga-se, mas trabalha como consultor de comunicação (isto autorizou-me a escrever).

Pergunta: «Num momento tão difícil que as empresas atravessam, não correm riscos as agências de comunicação de não receber de alguns clientes? Como é que esse problema se ultrapassa?»

Minha Resposta: Uma pergunta muito pertinente nos tempos que correm. A crise da nossa economia pôs muita gente em dificuldades e também, naturalmente, as empresas.

Por isso, tanto agências grandes como pequenas serão afectadas por clientes com dificuldades de tesouraria. E já o eram no passado quando existe manifesta má fé por parte de alguns.

Como resolver a situação? São casos que ninguém gosta de enfrentar, mas dentro dos contratos celebrados há alternativas e a via do diálogo é sempre a melhor. E, por vezes, ter paciência e compreensão é um gesto que ninguém esquece, desde que não haja abusos.

Em casos de reincidência ou atropelos contratuais gritantes, por exemplo, acho que uma Associação ligada ao nosso mercado deveria ter uma lista de maus pagadores e empresas a evitar. Era um contributo para todos e um aviso para que empresários sem escrúpulos tivessem o seu nome (ou da empresa) à vista de todos, o que poderia servir de dissuasão para situações que ninguém deseja.

Porém, há uma situação condenável e que todos os que andam neste mercado deviam banir e reprovar. Agências de comunicação que contratam "gorilas" para assustar e bater em clientes que não pagam (pagando-lhes 30% da dívida a cobrar) é algo de éticamente incomentável e revela uma ausência total de valores e má formação humana.

Ninguém deseja maus pagadores, mas também ninguém gosta de conviver com gente que fomenta tais práticas.

Oráculo (135)

«A posição de um mito não é muito confortável»

Clarice Lispector

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Boa Briefing

Confesso que escolhi este título para chatear alguns. De tarde já devo receber uns sms e mails do costume.

Durante o almoço estive a ler a Briefing. E quer queiram, quer não, é uma boa revista da área da comunicação e publicidade. Por ser mensal tem a capacidade de trazer artigos mais valiosos e mais relevantes.

Já disse várias vezes, não me interessa a quem pertence. Mas há sempre uma dúvida que me assalta: por que é que os que falam de ela ser da família Paixão Martins, se esquecem repetidamente que também é do João David Nunes?

Este senhor, para os mais novos que me acompanham e a quem este nome não diz nada, é um grande senhor da comunicação em Portugal e um dos nomes de topo da história da rádio portuguesa. E quase que adivinho que se deve estar marimbando para as guerras do mercado de Conselho em Comunicação. Por isso...

Na passada edição a destacar o artigo do Alexandre Guerra (Special One - Comunicação) sobre a maneira de gerir dos directores das empresas, nesta edição uma boa entrevista a Manuel Pereira da Santa Fé e uma série de artigos sobre as Marcas e a nova força das redes sociais, de que destaco o da nossa era Google pela pena da Joana Mil-Homens (Next power).

Registo com mágoa a saída da última página, que tinha umas informações off the record sempre engraçadas do mercado.

O problema sempre foi Cavaco

Parece um paradoxo e é. Hoje, Cavaco Silva é importante como figura de credibilidade para agências de rating, mercados, empresários, instituições internacionais. Sem ele, seria o poeta e aí viria o caos.

A figura esfíngica de Cavaco, os seus silêncios, a sua vida política em que nada disse, granjeou prestígio e dá tranquilidade a quem investe e empresta dinheiro a Portugal. Porém, é Cavaco Silva (e depois António Guterres) o grande responsável pela situação que atravessamos, aliás muito bem expressa num artigo do João Vieira Pereira no Expresso desta semana.

Para mim, Cavaco foi um dos piores Primeiro-Ministros da história da nossa democracia. Depois de um Governo de salvação nacional, de políticas duras e da vinda do FMI, na era de Mário Soares e Ernãni Lopes que recuperaram um país em bancarrota, Cavaco tinha tudo - e muito dinheiro europeu também - para ficar na História.

Cavaco, com o primeiro governo minoritário e as duas maiorias absolutas subsequentes, teve todos os instrumentos à sua disposição, ninguém lhe levantou a voz como ele gosta (pois ele não é muito de democracias) e meteu tudo no bolso, inclusive um partido que se mantém refém dele há mais de 20 anos.

Mas Cavaco, um provinciano inculto e conservador, optou por auto-estradas, cobriu o país de asfalto, até porções do nosso território que não precisavam dele. Encheu o país de cursos universitários de papel e lápis, deu doutores que ganharam canudos mas não sabem fazer nada; deixou os nossos poucos empresários cairem as suas Marcas para se entregarem à luxúria do sector terciário; Portugal tornou-se um paraíso turístico para os parolos ingleses e para os operários alemães.

Portugal perdeu mundo e ambição. Cavaco nunca fez reformas verdadeiramente importantes, a educação e os sectores de ponta foram esquecidos. O País, com ele, perdeu a sua grande oportunidade.

Em 20 anos, Cavaco e os cavaquistas ditaram o futuro de um partido que se tornou de centro perdendo a sua matriz liberal. Ainda hoje em dia, temos de perceber, psicologicamente, a tomada de posição de Pedro Passos Coelho sobre o Orçamento como uma fuga à figura de Belém e dos seus fieis.

Cavaco pode marcar estes 30 anos da política portuguesa pelos cargos que desempenhou, mas ficará na História como o obreiro da nossa dívida endémica. Fez estradas mas hipotecou o futuro de gerações.

Em Espanha, no Barcelona, o actual Presidente decidiu pôr um processo de má gestão a Joan Laporta, o anterior presidente que deixou uma dívida astronómica. Se os portugueses pusessem um processo de má gestão do país aos seus governantes, o primeiro no banco dos réus seria Cavaco Silva.

Oráculo (134)

«Avançamos para um mundo de amargura»

Amin Malouf

domingo, 17 de outubro de 2010

Orçamento: Afinal os trapalhões eram estes

O PS estava a recuperar, pelo capital perdido por Pedro Passos Coelho que se embaraçou nas questões do Orçamento e eu julgo que foi por querer fugir à tutela de Cavaco (algo que irei escrever amanhã).

Porém, todas estas trapalhadas das Finanças com os atrasos da equipa de Teixeira dos santos na entrega do Orçamento fizeram lembrar os atrasos na entrega do acórdão do Caso Casa Pia.

São trapalhadas a mais que levaram Ricardo Costa e Henrique Monteiro a falar em pedido de desculpas do PS a Pedro Santana Lopes pelo combate que lhe fizeram. Pois é, trapalhadas assim não têm desculpa. Mas acho que PSL aceitará as desculpas.

Oráculo (133)

«Vive como um leão, mas tens de jogar como um leão»

Malcolm Allison

sábado, 16 de outubro de 2010

Heróis e Mentores

Ler do Seth Godin, aqui.

PR After Work III

Mais uma vez correu muito simpaticamente a edição do PR After Work.

Fiquei a conhecer mais gente que não conhecia, oriunda de diversas agências de comunicação. Note-se que nesta edição estiveram mais consultores e menos pessoas de empresas fora do âmbito estrito do Conselho em Comunicação.

Vi muita LPM (como não podia deixar de ser até pelo patrocínio desta edição), GCI, M, Special One, Imago, Hill&Knowlton, Next Power, Ipsis, Fonte, Media Consulting, Bloom Up, Guess What. E registei com a agrado a presença da Meios & Publicidade, Briefing e Marketeer.

Algumas pessoas que gostei de ver e já não via há anos: o João Paulo Velez e o Rui Camarinha. E, habitualmente, gosto de destacar sempre uma pessoa. Escolho a minha amiga Paula Gustavo, que conheço há 15 anos, que se estreou e que é sempre uma presença divertida e de boa energia.

Ao contrário do que já vi pelo Facebook, acho que faria sentido a próxima edição do PR After Work ser de noite. Talvez haja patrocínios...E uma última palavra saudando a alma mater disto, o Rodrigo Saraiva.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Os 25 anos da LPM

Um mercado começa a criar uma história quando as suas empresas ganham tempo e lastro. Quando produzem trabalhos, quando promovem acções valiosas, quando apresentam facturações.

Um mercado existe quando há apetências de pessoas, empresas ou instituições pela compra de determinados serviços desse mercado.

O mercado de Conselho em Comunicação é mais falado pela sua influência junto de decisores do que pela sua facturação, uma vez que as suas empresas são PME. É um mercado ainda em amadurecimento e que precisa de ganhar maior notoriedade, algo que acontece predominantemente aquando das campanhas políticas.

Por isso, a entrada nos 25 anos da LPM é importante para o nosso mercado pela sua força, clientes que representa, trabalhos que desenvolve e pessoas que emprega. É, indiscutivelmente, a mais importante e conhecida marca do nosso mercado de Conselho em Comunicação.

Luís Paixão Martins quando criou a LPM, se calhar, não estava á espera que o seu nome, as suas iniciais, se tornassem uma MARCA. E só isso é um património valioso.

Depois, a LPM representa grandes marcas portuguesas e internacionais, e tem uma influência que torna as verdades puras e simples em algo mais do que puras e simples evidências.

A LPM e o seu líder, quer se goste quer não, são referências para o mercado e para muitos consultores. E a LPM continua atenta às novidades do mercado e em permanente actualização.

Não sei se já viram o novo site da LPM, pois convido. É qualquer coisa de excelente. Adoro os balões com as perguntas mais recorrentes e as respectivas respostas.

Por isso, sem problemas, como saudarei outras empresas que completem 25 anos que sejam significativas, saúdo a LPM, o Lpm e as suas tropas por este aniversário e pelo trabalho desenvolvido.

Sugestões de fim-de-semana (1)

No dia em que arranca um novo blog recheado de trutas, o Lugares Comuns, inicio uma nova secção que tentarei publicar todas as 6as feiras. São sugestões de lazer que deixo para o fim-de-semana.

Livros: os dois que tenciono ler nestes dois dias

O Seminarista, o novo do Ruben Fonseca (dispenso-me de descrever, mas adoro a sua escrita forte)

Clarice Lispector, Uma Vida; de Benjamin Moser (a biografia da grande escritora que nasceu na Ucrânia mas que escreve emoções como poucos em língua portuguesa)

O Homem do Castelo Alto, de Philip K. Dick (e se o mundo depois da II Guerra estivesse dividido, mesmo em solo americano, por japoneses e alemães. E que conta com um prefácio extraordinário e cheio de referências de Nuno Rogeiro sobre o autor e a sua obra)

Cinema: mais em casa, pois tenho ido pouco a salas

Vencer, do Marco Bellochio, sobre o surgimento de Mussolini

O Polícia sem lei, de Werner Herzog, baseado na versão genial do Abel Ferrara que tinha na altura um harvey Keitel inesquecível

O Homem Tranquilo, de John Ford, finalmente em dvd John wayne a percorrer a Irlanda num filme romântico, algo que o ícone do western sempre foi pouco visto

Restaurante: um dos meus preferidos de Lisboa

Lisboa à Noite, dos amigos srs. Vitor e César. Boa cozinha portuguesa e um tratamento simpático que nos faz julgar que estamos em casa

Teatro: Vi ontem no D. Maria

Eléctrico Chamado Desejo, de Tennessee Williams, encenado pelo Diogo Infante. Quem viu o filme de Elia Kazan sabe que era Stan Kowalski (Marlon Brando) que dominava a cena, aqui é a Alexandra Lencastre que brilha a grande altura. mas com a prova de que temos bons actores: Albano Jerónimo, Lúcia Moniz, pedro Laginha vão bem.

Oráculo (132)

«Agências de publicidade vendem criatividade; agências de Meios vendem preço; Agências de Comunicação vendem influência»

Luís Paixão Martins

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Disparates de Adriano

O título não é nenhuma nova versão das "Memórias de Adriano", de Marguerite Yourcenar.

É apenas sobre os disparates e a imbecilidade de um professor, com obra publicada, na área da comunicação e que pretende formar profissionais de comunicação.

Leio, através do PiaR, o artigo de José Nuno Martins sobre as considerações desta criatura sobre as relações Públicas.

Já uma vez que escrevi que é em muitos casos total o desconhecimento do trabalho dos profissionais de Public relations e Conselho em Comunicação. Noutro texto alertei sobre a confusão entre a nossa actividade profissional e a de uns meninos e meninas que se dizem relações públicas de espaços nocturnos e que pontualmente se despem em revistas da especialidade.

Agora ver Adriano Duarte Rodrigues tecer considerações estúpidas sobre o que fazemos é que já se torna demasiado grave.

Também já tinha escrito que os jovens que frequentam universidades no campo da comunicação não têm preparação suficiente para trabalhar na nossa área. Temos muitos teóricos que nunca trabalharam nos media nem em agências de comunicação. Geralmente, diga-se, são os professores mais criticados pelos alunos.

Agora uma dúvida: onde andam as Associações do nosso mercado? Já reagiram? Não, claro. Estão entretidas com diversas coisas.

Se isto se passasse com os jornalistas, o sindicato já teria reagido. Se houvesse uma Ordem dos Consultores de Comunicação tenho a certeza que o Bastonário já teria reagido.

Comunicação política moderna

Durante as campanhas eleitorais há muita atenção dos media sobre como se faz a comunicação política.

Com os novos tempos e os social media, hoje pode-se fazer política (no poder e na oposição) de forma barata e eficaz fazendo chegar a mensagem a mais gente.

Pedro Santana Lopes tem muitas virtudes e defeitos como é sabido, mas está muito atento e sabe que as pessoas estão fartas de informação política`em barda, papel, jornal,etc.

Depois do balanço de um ano de António Costa em Lisboa com um filme muito profissional, volta agora a colocar um viral sobre o escândalo que se passa na Duque de Ávila.

Porque nunca esqueceu que política faz-se todos os dias e não só em campanhas eleitorais. Os políticos esquecem muito o escrutínio diário da sua actividade, tanto no poder como na oposição. Tem de se trabalhar todos os dias como se fosse um dia de campanha.

Fica aqui a comunicação política viral.

Oráculo (131)

«Tivemos sempre, desde as Descobertas, uma sociedade que colocou os pobres por conta da caridade e os ricos por conta do privilégio»

Miguel Sousa Tavares

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

A Casa dos Segredos (2)

Agora que já passou uma semana desta forte aposta da TVI já se pode fazer um balanço do programa e da sua força comunicacional.

A TVI não precisava da "Casa dos Segredos" para ser outra vez a estação líder em 2010. Mas precisava de algo para estilhaçar os "Ídolos" da SIC e a próxima "Operação Triunfo" na RTP. Já sabemos que conseguiu.

A audiência do novo "Big Brother" tem sido fantástica. Júlia Pinheiro, Granger e Leonor Poeiras têm estado muito bem, a produção é arrojada, cara, mas está fantástica.

Em termos de buzz os resultados são fortíssimos e não há revista do social ou o Vidas do Correio da Manhã que não apareça com mais novidades sobre as criaturas que estão dentro da Casa.

Mas o que mais me importa é outra coisa: Júlia Pinheiro dizia ontem que os concorrentes «são o espelho do país real». Pois é, que triste país real.

Já tinha dito anteriormente que esperava para ver os pobres de espírito que entrariam no jogo. temos gémeos, seguranças, Massamá, Grande Porto, uma que não faz sexo há sete meses, um tipo com o sorriso mais estúpido que eu tenho ouvido, acompanhantes de luxo, um pastor, a ama das filhas da Cinha que fugiu para a Alemanha com um jogador do Boavista, uma capa da J e que também posou nua para a Playboy, manequins, senhoras que querem ser boazonas, um tipo que já participou no assalto, etc.

Que bando, diria. Esta pobre gente quer ganhar um dinheirito, ser capa da Maxmen, ter uns minutos de Fama e a presença efémera no espectro mediático. Se este é o país real, que até acredito que seja, pobre país.

Oráculo (130)

«Lido mal com a estupidez, tenho falta de paciência»

Almerindo Marques

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Prémios Reputação da APECOM

Nunca me pronunciei sobre estes prémios aqui no blog e não entrei em qualquer das quezílias habituais entre diversas empresas do mercado.

Considero válidas todas as iniciativas que premeiem o bom trabalho na nossa área de actuação que é o Conselho em Comunicação. Sendo assim, estes novos prémios na área da comunicação e relações públicas são de louvar.

Porém, sendo uma cópia de outros prémios internacionais e incluindo 29 categorias algumas ficaram de fora. Quando o expliquei num comentário no Facebook, o Salvador, de imediato, me respondeu que os prémios não podiam ser à minha medida. É um facto.

Mas a minha medida é a medida do futuro, começar devagar, se calhar com menos prémios, com um bom júri (já o tem) e depois ir integrando mais categorias. Por exemplo, estimular as novas empresas, quem escreve sobre comunicação e não apenas sobre a sua empresa ou xafarica, a comunicação política algo que dá, felizmente ou infelizmente, mais mediatismo a quem está neste mercado.

Assim, falta um prémio para melhor nova empresa (ser todos os anos atribuídos quando houver exemplos disso para estimular o empreendedorismo), melhor blog de comunicação (temos vários bons blogs em actividade), melhor livro de comunicação do ano (este ano ganharia de caras o renato Póvoas), melhor trabalho de comunicação política (se calhar, teria muito gosto em pelo menos concorrer a esta categoria em parceria com a IPSIS pelo trabalho que conjuntamente fizemos na campanha política mais importante do país, e o Tiago Franco é da direcção da APECOM como todos sabem).

Quem se quiser candidatar tem de pagar 150 euros, uma prática normal noutros prémios, pois para mim não é muito positiva. Quem tem bom trabalho não tem de pagar para se candidatar a Prémios e assim, logicamente, as maiores empresas têm mais hipóteses pois apresentarão mais trabalhos, mesmo que não tenham tanta qualidade como outros que o mercado e apenas o mercado reconhece.

Não sou candidato a nada e cheguei à pouco tempo ao mercado, algo que não é relevante. Sei, pela quantidade de prémios em jogo, que vão dar um prémiozinho aos amigos, agradar a todos e ficam todos muito felizes pois já desembolsaram 150 euros.

Vão continuar a apresentar propostas em que nas primeiras páginas constam os prémios que ganharam (compraram?).

Desejo felicidades a estes prémios e que se tornem relevantes. E espero, apesar de não fazer parte da APECOM, que a actividade actual desta associação importante para o nosso mercado não se resuma a estes prémios nem à guerra habitual a que nos habituou. O mercado de Conselho em Comunicação, legitimamente, espera mais dela.

Eu manter-me-ei fiel a uma coisa: não compro assinaturas nem compro prémios. Como já disse no outro dia: «o copo é pequeno, mas só bebo do meu copo».

PR After Work III patrocinado pela LPM

Na sexta-feira lá nos vamos encontrar alguns para mais um PR After Work III.

As duas edições anteriores, nos Meninos do Rio e no Altis Belém, foram momentos muito agradáveis de convívio entre profissionais da comunicação.

Desta vez há up-grade e, face ao sucesso do evento, a LPM decidiu ser o patrocinador numa altura em que entra nas comemorações dos seus 25 anos de actividade no sector e que o mercado deve saudar, pois a LPM está na génese do que hoje é a realidade das empresas de Conselho em Comunicação.

Mal o Rodrigo anunciou o patrocinador, de imediato surgiram algumas baixas que se davam como certas. Acho ridículo.

Esta iniciativa do PR After Work teve na sua segunda edição colaboração da APCE, minha (através da simpatiquíssima Sara Avelino) e do Pedro Rodrigues. Ser agora a LPM o patrocinador é apenas o reconhecimento da validade desta iniciativa independente e de quem se preocupa que o mercado e os seus profissionais tenham momentos bons de sã camaradagem.

Tenho a certeza que o PR After Work estará aberto no futuro a outros patrocinadores, sejam associações ou empresas. E também tenho a certeza que esta iniciativa está sempre aberta a todos os profissionais de comunicação.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

António Costa um ano (+2) em Lisboa

Faz hoje um ano que António Costa venceu as eleições em Lisboa, mas muitos se esquecem que já governa Lisboa desde 2007.

Da parte do PSD tem-se notado uma oposição construtiva, deu-se um ano para o edil de Lisboa governar e só ao fim deste tempo se analisa. Teve-se a tolerância que o PS e outros não tiveram no passado com outras governações da cidade.

Fica provado com a entrevista ao Diário Económico, de hoje,que António Costa continua a ser o Número 2 de Sócrates. Ele saiu do Governo, mas o Governo nunca saiu dele. E têm ambos algo em comum. Prometeram tudo como num conto de fadas, mas a realidade é bem diferente do que ambos prometeram em campanha.

Em Lisboa, foi a saída do Aeroporto, os contentores, a terceira ponte, sem esquecer o estaleiro em que estava Lisboa com várias pequenas obras durante as duas semanas antes das eleições e que subitamente desapareceram.

Costa fez uma coligação com gente que dava votos, hoje a orquestra anda desafinada e há vários vereadores que manifestam incapacidade na gestão de uma cidade. Depois, nas reuniões de câmara muitas são as vezes que são directores municipais e assessores que apresentam as propostas e não os vereadores, os que deviam ter competência para o fazer.

Tem havido trabalho na Educação, na Cultura e muita quantidade no Urbanismo, onde Manuel Salgado é actualmente o homem com mais poder em Lisboa. Mas a CML tem contado com a colaboração da CCDR e do IGESPAR para governar como quer, sem obstáculos, políticos ou processuais, nesta área.E na área da comunicação, noto que muito menos atenção tem sido dada à actividade diária da CML.

Mas na área social, na habitação e na reabilitação urbana os resultados têm sido zero. Lisboa está suja, e dá vergonha àquela canção que canta o tão bem que cheira.Lisboa está pouco cuidada e pouco promovida. O EL Pais chamou-lhe a «capital do vazio» pois cada vez menos gente mora e vive em Lisboa.

Parece que o Presidente da Câmara que é inquestionavelmente o nº 2 de Sócrates no PS; nos media e em Lisboa está mais preocupado com o seu futuro do que com a cidade que é o seu trampolim para as suas legítimas aspirações.

Como lisboeta sinto que Lisboa não está melhor, está infeliz, com pouca ambição e com pouca capacidade de sonhar. Melhores dias virão.

Moda Lisboa

Eu gosto de ir à Moda Lisboa e gosto ainda mais que a Moda Lisboa esteja em Lisboa, algo que não sucedeu durante uns tempos.

Por isso saúdo o investimento feito para que os criadores nacionais pudessem exibir as suas propostas na capital do país.

A moda marca a sociedade contemporânea como salienta o "Império do Efémero" de Gilles Lipovetsky, logo são estas criações que podem mexer com as indústrias criativas e com a economia nacional, desde que Portugal aposte na criação de Marcas portuguesas algo que nunca ninguém teve a perspicácia de investir.

Mas esta edição realizada no Mercado da Ribeira não teve o glamour de outras edições, aliás o que achei mais glamouroso foi a garrafa do Martini Gold que é uma peça de design linda.

O que mais me irritou foi a falta de respeito por um lugar que deve ser sagrado. Por exemplo, há muitas pessoas que vão aos estádios mas nunca pisaram a relva; há aficionados de tauromaquia que vão às praças mas nunca tocaram na areia das arenas.

Logo, a falta de respeito pela passerelle, onde toda a gente, em trabalho ou não, estava até um minuto antes do desfile começar é algo incompreensível. A passerelle é o local sagrado da moda, onde se esboça a obra dos criadores através do personagem encarnado pelos manequins. Não é para o povo lá estar.

De resto, não vi tanta nata do entulho como é costime e vi uma presença africana muito forte. Os tempos são de crise, porém havia pouco brilho e o espaço escolhido também não ajudava nada. Os organizadores deviam ter na memória as organizações do evento quando decorreu no Armazém Terlis que foi das mais fortes e mais bem organizadas.

Oráculo (129)

«A vida de uma única pessoa humana é mais valiosa que qualquer ideia»

Albert Camus

domingo, 10 de outubro de 2010

Jukebox (6) - O fenómeno U2

Por falta de tempo, e por outros temas se interporem, ainda não tinha escrito sobre a vinda dos U2 a Portugal.

Coimbra esteve no epicentro da música durante dois dias. As grandes bandas, os ícones da música fazem sempre notícia.

Durante dois dias falou-se da infra-estrutura do concerto, do hotel do Porto onde ficaram, de cozinha portuguesa que eles apreciaram e milhares rumaram a Coimbra, onde muitos já não iriam há uns tempos.

Ganhou o país, ganhou a cidade e ganhou um estádio que está quase sempre vazio durante todo o ano.

Nos anos 80 já se augurava a carreira da banda de Bono. Hoje massificaram-se sem perder qualidade, tornando-se uma imagem de uma geração com muitas canções que milhões adoram.

Não sou muito de concertos ao vivo, nem os U2 são banda que mexa comigo, a minha música preferida deles é esta e já me contento em ver o Tóquio aos pulos com o povo de "jola" na mão a vibrar com esta música que é presença habitual.

Mas as grandes estrelas são Marcas, referências de uma sociedade iconoclasta, têm de ter um trajecto coerente e, fora uma fase de umas experiências, os U2 tornaram-se uma referência e o seu líder, Bono, aparece ligado a várias causas. Serão eternos.

Oráculo (128)

«Quem descobre adversários em todo o lado, vive em conflito contínuo e morre de espada na mão»

Schopenhauer

sábado, 9 de outubro de 2010

Obama estrela pop e novas tecnologias

Numa altura em que os Democratas atravessam uma crise, a Presidência vive uma troca de lugares na sua equipa e se acercam diversas eleições nos EUA, qual é a estratégia dos homens do Presidente?

É o próprio Presidente. A aposta é o próprio Presidente centrando-se na conquista e manutenção do eleitorado jovem que ainda morre de amores por ele.

Obama dará uma entrevista de capa à "Rolling Stone" e entrará num programa especial da MTV. Em Portugal um partido já tem um gene e nos Estados Unidos vai nascer uma secção jovem dos Democratas chamada GEN44, uma vez que Obama é o 44º Presidente americano.

E depois de terem brilhado com a campanha de digital media que muito ajudou à vitória de Obama, vão-se estrear com aplicações para iPhone e iPad. Algo a acompanhar por quem anda pela comunicação política.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Oráculo (127)

«Nenhuma bala pode matar se não for essa a sua vontade»

carta da Irmã Lúcia para joão paulo II

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Nobel da Literatura para Mario Vargas Llosa

Finalmente o reconhecimento de um génio pela Academia que dá os Nobel, neste caso o da Literatura.

Mario Vargas Llosa é um genial escritor e pensador da nossa sociedade. E sem problemas por habitualmente estar à direita, algo de que muitos escritores têm vergonha, achando que ser de esquerda dá mais credibilidade a quem escreve romance, novelas, ficção ou poesia.

Tenho e já li todos os livros escritos por ele publicados em Portugal. Das suas linhas ressalta a facilidade com que relata a paixão, o erotismo sem exageros de muitas personagens mas também o poder.

Adoro Conversa na Catedral, Pantaleão, Quem matou Palomino Molero, A tia júlia e o escrvedor, cartas um jovem romancista, Os cadernos de Dom Rigoberto, A festa do Chivu e o último as Travessuras de uma menina má.

Escreve também quinzenalmente opinião que habitualmente leio no El País, onde costuma combater, como na última semana, os despautérios de Hugo Chávez, elogia Tolstoi, enobrece a arte da tauromaquia, conta as suas experiências de escritor e sobre os grandes temas da vida.

Podia deixar como sugestão todos os livros que mencionei e outros, mas prefiro guardar este para quem o quiser visitar, pois a sua obra irá inundar as livrarias como aconteceu com os últimos vencedores, Hertha Muller e o genial escritor turco Orhan Pamuk, de "Istambul", "Neve" ou "O Museu da Inocência".

Deixo para o fim "Como peixe na água". O livro que é uma biografia de parte da sua vida e o relato da sua candidatura presidencial falhada, no Perú, contra essa criatura inenarrável chamada Alberto Fujimori. Aí a beleza das suas palavras e escrita, mesclados com uma corrida ao poder que ele julgava ganhar, mas perdendo para "el chinito" é qualquer coisa para recordar.

Carta a Jovens Consultores (4) - 1a Resposta

Vou responder à primeira pergunta desta secção. Foi feita por Luis Pedro Silva, External Affairs Officer de uma empresa da área farmacêutica que me pediu para não divulgar.

«Como comenta a qualidade da formação em Portugal na sua área de especialidade (comunicação e relações públicas)?»

Caro Leitor

As Universidades portuguesas não estão preparadas para formar bons profissionais na área de Conselho em Comunicação.

Primeiro, muitos docentes são professores de cultura geral, e alguns são medíocres, sem qualquer conhecimento nem experiência nesta área de actividade.

Pela também falta de conhecimento geral do que fazemos (culpa das associações e empresários do sector), a área de Conselho em Comunicação (as agências) é ainda pouco estudada e pouco conhecida. Logo, os próprios alunos desconhecem na maior parte dos casos (há excepções, naturalmente, dou o exemplo do António Marques Mendes que é um bom professor universitário), o que fazemos.

A melhor formação é a tarimba diária e ter a sorte de ter colegas mais velhos que partilhem experiências e tenham gosto em ensinar. Depois, depende efectivamente da personalidade do jovem consultor.

Uma múmia, um burro, uma pessoa com falta de interesses gerais, sem leituras, sem ler pelo menos diariamente um jornal dificilmente será um bom consultor. Poderá ser um mero medíocre assessor, um operário de comunicação que envia uns press releases para os jornais e pouco mais.

Por isso, apesar de já haver mestrados onde se pedem trabalhos específicos (elaboração de campanhas eleitorais, trabalhos de PR, etc), é preciso que as universidades percebam melhor o que fazemos e deixem de falar de clássicos da comunicação, meros exercícios teóricos, que hoje não fazem sentido.

Mais trabalhos práticos e mais informação do lado dos formadores. Aquando da saída das universidades os mais jovens têm de ter sorte (sempre importante), dinamismo e interesses pessoais, empenhamento e estarem bem integrados nas estruturas profissionais e acompanhados por séniores que tenham gosto em ensinar e ajudar a desenvolver talentos.

Oráculo (126)

«A civilização não suprime a barbárie, aperfeiçoa-a»

Voltaire

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

APECOM e LPM em paz e com um copo no PR After Work

Acho que desta vez nenhum player do mercado irá criticar esta notícia da Briefing. Pois é, podemos ler que APECOM e LPM fumam o cachimbo da paz.

Creio que é importante apesar de sentir que a qualquer momento poderá haver nova crispação. Mas pelo menos saudemos este começar de novo e este espaço de tréguas e mais oxigênio no sector.

Gesto de diplomacia da APECOM, gesto de abertura de Luís Paixão Martins que celebra os 25 anos da sua agência exactamente no dia do terceiro PR After Work, louvável iniciativa do blog PiaR.

Pela lista de convidados que já confirmou a sua presença será um belo momento para se brindar à força do sector (se ele existe), cumprimentar os elementos da APECOM, dar os parabéns pelas bodas de prata da LPM.

Tenho a certeza que não será necessária a presença de guarda-costas e que o Rodrigo e o Alexandre não se importarão que o primeiro brinde seja feito entre Luís Paixão Martins e Salvador da Cunha.

Oráculo (125)

«Quando sacares da pistola, que seja para matar»

em My Darling Clementine (A Paixão dos Fortes), de John Ford

terça-feira, 5 de outubro de 2010

A República de D. Duarte Pio

Confesso que sou republicano e o primeiro jornal que me recordo e que o meu avô comprava chamava-se República. Mas respeito as monarquias e tenho admiração especial pelo Rei e pela família real espanhola, mas não há tantas assim no mundo se olharem bem.

Hoje vi vários amigos colocarem a bandeira monárquica nos seus perfis do Facebook. Nisto deram 100 a zero aos republicanos.

A República faz 100 anos, está em crise mas isso todo o mundo está e não é a monarquia que nos resolve os problemas. A crise das instituições passa pelos valores e pelos homens que as conduzem. Provavelmente são os homens e os seus valores que estão em crise.

Agora aqui em Portugal esquecem-se de uma coisa: a bandeira monárquica é muito bonita, mas por que é que os monárquicos não trocaram as suas fotos de perfil pela fotografia do Rei?

Ah! Pois é. É o tal pequeno pormenor. Esquecem-se que se vivêssemos em monarquia o Rei era D. Duarte Pio de Bragança. Estaríamos melhor, mais saudáveis e mais tranquilos com essa Majestade?

Por isso, mesmo em crise, minha rica República. Que mais e melhores pessoas intervenham nos nossos destinos, que os melhores tenham apetência para perder um pouco dos seu tempo em prol de todos. Esse é o apelo que a nossa República deve fazer constantemente.

E aos monárquicos que arranjem um Rei e uma família real melhor, depois podemos falar de monarquia.

Dilma/Serra: A segunda volta no Brasil

Dilma Roussef não conseguiu aquilo que nem o seu protector, Lula, conseguiu: vencer à primeira volta.

Dilma é fraquíssima, nunca tinha concorrido a nada, está mal preparada, não disse nada sobre como governará e apoiou-se apenas na popularidade do Presidente Lula. É um produto de marketing puro, um sabonete bem vendido por especialistas, basta ver a evolução da sua imagem para ver como é um joguete nas mãos de publicitários.

José Serra grande ministro da Saúde de Fernando henrique Cardoso, magnífico governador de S. Paulo fez uma campanha fraquíssima, entediante, sem entusiasmo e sem máquina popular de apoio.

Marina Silva foi a grande vencedora e será o fiel da balança com os 19% que obteve. A canção da sua campanha foi: «ela é da Silva/ela é da selva/ela é Marina/a gente é ela», conseguindo juventude e o apoio das classes mais elitistas.

Dilma continua favorita mas há algo que não podemos esquecer. Um candidato que tenha vitória em S. Paulo e Minas Gerais é muito dificilmente batido. Ora, o PSDB de Serra ganhou para o governo estadual no 1º turno em S. Paulo com Geraldo Alckmin (contra Aloizio Mercadante um nome forte do PT) e em Minas com António Anastasia (derrotou Hélio Costa do PT que chegou a assustar o PSDB e obrigou o governador cessante, o meu político brasileiro preferido, melhor candidato que Serra nesta eleição se o fosse, Aécio Neves, o político brasileiro mais popular depois de Lula, a fazer uma campanha notável levando o seu protegido Anastasia a uma boa vitória).

O PSDB conseguiu ainda Paraná, com Beto Richta, Pará, Tocatins e os seus aliados do DEM (ex-PFL) conseguiram vitórias no Rio Grande do Norte e Santa Catarina.

O PT que teve como candidato a vice na chapa de Dilma, Michel Temer do PMDB o mais importante e forte partido brasileiro, conseguiu duas retumbantes vitórias na Baía e Rio Grande do Sul e os seus aliados do PSB ganharam Rio de Janeiro (Sérgio cabral é popularíssimo), Pernanbuco (a maior vitória estadual foi a de Eduardo Campos) e Ceará. O PMDB manteve a família Sarney, Roseana, no Maranhão.

Assim, Serra terá agora dois cabos eleitorais fortíssimos: Alckmin e Aécio mas terá de fazer o seguinte: tem de atacar os casos de corrupção da entourage de Lula e Dilma. Pode elogiar suavemente o trabalho de Lula e alguns resultados, mas deve lembrar que Lula está a "surfar" nos indicadores económicos que Fernando Henrique Cardoso preparou com as suas reformas.

Serra tem uma figura mediaticamente difícil de melhorar, mas deve jogar a sua seriedade e credibilidade contra a tropa fandanga do PT que se popularizou com a corrupção, o mensalão, os dólares nas meias e cuecas. Deve dizer que Erenice, Dirceu, Delúbio não fazem parte da sua equipa. Que tem uma equipa dinâmica (para disfarçar a sua imagem mais pesada, daí também ter escolhido para vice um jovem) e bem preparada.

Por último, Serra tem de mostrar mais entusiasmo, o PSDB que é um partido de notáveis tem de contratar mais juventude e mais barulho para dar maior animação, e Serra, que é hipocondríaco e tem horror ao contacto com as multidões, não pode deixar passar que se faz acompanhar de um frasco de desinfectante para lavar as mãos depois dos contactos.

Os brasileiros gostam de samba, do toque, da familiaridade, do cumprimento. Serra tem de ser mais popular. Serra tem de ter muitas vezes ao seu lado Aécio e tem de atacar e recuperar no Rio de Janeiro e Porto Alegre. Aí o PV, partido de Marina, pode dar uma ajuda se Fernando Gabeira o apoiar no Rio. Na Baía o DEM tem de pôr a máquina da família de Magalhães a actuar forte e em Pernanbuco e no Nordeste não vai fazer nada, pois Lula e o PT por aí comandam.

E para terminar tem de concretizar o namoro com Marina Silva. Ainda ontem Serra lembrava que o PV sempre o apoiou em S. Paulo e Marina odeia de morte Dilma e saíu magoada do PT. Se ela apoiasse o PT os seus apoiantes não a perdoavam. Julgo que ela ficará neutra, mas os seus apoiantes não irão para Dilma. vai ser boa e vai aumentar a temperatura para o segundo turno. Sem esquecer que Lula ainda vai aparecer mais.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Oráculo (124)

«O inexpressivo é diabólico. Se a pessoa não estiver comprometida com a esperança, vive o demoníaco»

Clarice Lispector em A Paixão Segundo G. H.

domingo, 3 de outubro de 2010

A casa dos segredos

Estreia-se hoje na TVI a "Casa dos Segredos", que marca o regresso dos "reality shows" à televisão portuguesa.

Júlia Pinheiro estará à frente do programa que pretende esmagar os "Ídolos" da SIC e condicionar a "Operação Triunfo" da RTP. Com uma certeza: a TVI vai ocupar outra vez o 1º lugar este ano nas audiências, não depende deste programa para isso.

Há dez anos o "Big Brother" marcou a viragem e a galgada da TVI no coração dos portugueses, depois ancorada numa máquina de produção de novelas que tem sustentado a sua liderança.

E com o BB deu azo a que inúmeros portugueses quisessem alcançar os 15 minutos de fama das sociedades do espectáculo modernas. Dessa leva toda, ficaram na memória o sexo ao vivo de Marta e Marco, o pontapá do mesmo, o gosto pela tropa do Telmo, as misérias de Zé Maria e a beleza da Liliana Aguiar a única que ganhou alguma coisa com aquilo.

Mas ficou o retrato de um Portugal de uma juventude com poucos valores a não ser a fama, de grunhos que maltratam a língua portuguesa e de histórias de vida sem interesse nenhum.

Adivinha-se com este programa o mesmo e as revistas cor-de-rosa a explorarem estas tristes vidas que anseiam por aparecer no universo mediático.

Como escrevia Mario vargas Llosa há uns tempos, num dos seus magníficos artigos no El Pais, «uma ambição crescente impulsiona cada vez mais gente a actuar de modo que lhe permita escapar do anonimato e aceder a essa efémera popularidade típica dos bobos da corte, os que são bons na arte de entreter, são aplaudidos e recebem umas moedas, e são esquecidos para sempre». E foram mais de 50 mil candidatos a esta Casa dos Segredos.

No Brasil, a Globo já vai no Big Brother 10 onde se retiram as beldades para ser capa da Playboy e onde milhões de brasileiros gastam em chamadas para escolher os que mais gostam.

Para mim os reality shows para lá de me darem o conhecimento do país real, são um estudo sobre a natureza humana, sobre as tácticas de sobrevivência, sobre as alianças e os amores e ódios entre concorrentes. São um estudo da vida, eu, hoje à noite, como milhões de portugueses, vou espreitar.

Oráculo (123)

«Gosto de como se descomplica a vida no Brasil»

Sofia Cerveira

sábado, 2 de outubro de 2010

As mulheres têm mais inteligência em grupo de trabalho?

O Facebook tem coisas boas, através da Alda Telles, pessoa que muito gosto, vejo este artigo do La Vanguardia em que a ciência prova que as mulheres são mais inteligentes a trabalhar em grupo.

E eu que pensava que entre mulheres havia muito mais quezílias. Aprende-se todos os dias, de facto.

Oráculo (122)

«Ego é identidade»

Em 1300 Gramas, série de TV

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Campanhas de PR vs. Campanhas de publicidade

Leio no PiaR um resumo de intervenções de ontem no Cannes Lions Review.

E quero dizer algo mais polémico. Investir em publicidade é perder dinheiro.

Na imprensa, lembram-se de de alguma pub no último "Expresso" ou no Correio da Manhã de hoje, mas lembram-se de conteúdos e notícias não se lembram?

Na televisão, quando apareceu a publicidade, fizeram "zapping"? Pois...

Por isso concordo quando se diz que as empresas deviam experimentar tirar 5% dos seus budgets de marketing e publicidade para apostar em campanhas de Public Relations.

E vou mais longe, não deviam tirar 5, mas 20% desse budget para trabalhos a realizar por empresas profissionais de Conselho em Comunicação. Porque é muito mais eficaz.

A publicidade quer vender, Comunicação influencia com conteúdos e notícias.

A publicidade é cada vez mais banha da cobra, todos estão fartos da publicidade tradicional, a Comunicação, a notícia, é credível.

Por isso, muito trabalho para que as empresas de Conselho em Comunicação ganhem maior visibilidade por bons motivos, pois o mercado tem muito a crescer e a ganhar.

Oráculo (121)

«O meu pai disse-me uma vez que o respeito pela verdade está perto de constituir a base de toda a moralidade»

Frank Herbert, in Dune