terça-feira, 31 de agosto de 2010

Manuela Moura Guedes e a TVI

Para lá do folhetim de Carlos Queiroz, agora com seis meses de suspensão, há outra novela por aí.

Há duas semanas que se vive um conflito aberto entre Manuela Moura Guedes e a sua entidade patronal, a TVI.

A TV Guia lançou um acordo entre ambos de 600 mil euros, para a saída da pivot que mais enervou Sócrates, Manuela desmentiu e disse que só sairia por um milhão de euros, em entrevista ao DN. Onde afirmou que Júlio Magalhães era um bom entertainer mas não um jornalista.

Dia seguinte novas alfinetadas e hoje, ao CM, Manuela diz que a «TVI até precisa de mim, é um dado objectivo com as fracas audiências», mas acrescenta que «hoje não faria o mesmo jornal».

Manuela faz falta na televisão. É um estilo, há quem goste e outros odeiam, mas se não fizesse o mesmo tipo de jornal as audiências baixariam. Manuela faz falta na TVI, mas também seria um bom reforço da SIC num jornal com assinatura.

Oráculo (93)

«Quando o homem descobriu o espelho, começou a perder a sua alma»

Erich Fromm

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

A estratégia de comunicação de Cavaco

Cavaco Silva decidiu este fim-de-semana preparar o anúncio da sua recandidatura e trabalhou muito bem.

Quando se tem algo de bom para dar aos meios é natural que todos queiram o exclusivo. Por isso, ou se opta pelo exclusivo ou se tenta agradar a todos. Cavaco conseguiu o mix, senão vejamos:

Correio da Manhã - sábado, seis páginas de vida íntima dele e de Maria nas suas raízes algarvias. Anunciado como exclusivo CM e primeira página. Objectivo preparado e atingido: chegar com proximidade ao povo. Jornal diário mais lido.

Expresso - Manchete com a condecoração do Papa Bento XVI como bom católico. Objectivo preparado e atigido: Jornal semanário mais lido e influente, elitista e notícia elaborada para agradar ao povo católico que defende mais um candidato por não gostar da sua postura em temas fracturantes.

DN - Sábado, editorial sobre o silêncio de cavaco e página inteira, preparada por Belém com a estratégia a seguir nos próximos tempos. Objectivo preparado e conseguido: não irritar o DN que não gosta de exclusivos do CM e estratégia para o país político que acompanha o DN.

Trabalho bem feito, em que a mão profissional terá sido de Fernando Lima. Pacheco Pereira não comentou a exposição de intimidades do inquilino de Belém nem reflectiu sobre a mão negra das agências de comunicação como costuma fazer estupidamente.

Nota importante: Público à margem. Jornal que desde a saída de José Manuel Fernandes tem perdido qualidade e influência. E na semana passada, na sexta-feira, mal editado. No internacional a notícia da troca de Fareed Zakharia da Newsweek para a Time e no mesmo jornal, no P2, exactamente a mesma notícia.

Oráculo (92)

«A televisão é pastilha elástica para os olhos»

Frank Lloyd Wright

domingo, 29 de agosto de 2010

Oráculo (91)

«Não é a propaganda que marca um nome na história, é a honradez»

Fernando Henrique Cardoso

sábado, 28 de agosto de 2010

Cavaco é candidato e onde anda hoje o Pacheco Pereira?

Meus amigos, o que acho do Pacheco Pereira já escrevi aqui. Critica alguns políticos por se mostrarem na intimidade e nas férias. E a criatura acha um escândalo.

Pois bem, hoje, no Correio da Manhã, primeira página com fotos de Aníbal e Maria Cavaco Silva com o título: «Cavaco Silva mostra segredos de férias».

Depois são seis páginas, repito 6 páginas, com a intimidade e exposição presidencial. E para quem vê as peças, todas autorizadas pelo Presidente a seu gosto.

Pérolas: para lá das fotos e sua intimidade, «gosto de Alegre como poeta», diz que oferece a fruta da quinta aos mais necessitados, «sentado onde o pai gosta de estar», etc. Um show de exibição de intimidade para gerar proximidade.

E agora Zé (Pacheco Pereira)? Haverá diferenças de tratamento entre Massamá e Boliqueime?

Nota final, um trabalho destes tão cuidadosamente preparado é o sinal mais claro dado por Cavaco que se recandidata à Presidência. É que ainda restavam poucos que tinham dúvidas.

Jukebox (5) - Butterfly, Elisabeth Butterfly

A polémica esquerda/direita na blogosfera é marcada por uma senhora que não conheço.

Escreve no Albergue Espanhol e chama-se Elisabeth Butterfly que pelo que me contam tem uma experiência de vida curiosa.

Em sua homenagem, e agradecimento por o meu texto de ontem sobre Duarte Lima ter sido linkado pelo Albergue e pelo Blasfémias e ter batido o meu record diário, deixo uma música fenomenal de Osunlade chamada Butterfly, mas com a remix do mágico Ron Trent, que já tinha partilhado no Facebook.

Oráculo (90)

«O que é que vai acontecer quando o teu corpo já não aguentar?»

«Uso a cabeça»

Madonna

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Parabéns Buzzófias

Olha aí mais um ano de um dos melhores de comunicação de Portugal. O Buzzofias.

Quando este grupo de anónimos arrancou com este projecto - naturalmente os pobres de espírito ficaram preocupados - eu fui dos principais entusiastas.

Dos anónimos que conheço - e ainda hoje não conheço todos os que ali escrevem - reconheço-lhes talento e competência no trabalho que desenvolvem. Os que conheço, como eles sabem, gosto muito deles.

E continuo a achar que a sua projecção no mercado seria maior se se identificassem. Disse-lhes desde o início. Mas querem continuar assim...

Dou os parabéns e faço votos que continuem muitos anos, com talento, a seguir tendências e com as antenas atentas ao mundo. Os que conheço são assim.

Duarte Lima na RTP

Na nossa vida acho que o princípio fundamental é gostar de pessoas. Defendermos as pessoas de quem gostamos e ignorarmos ou não reagirmos às pessoas de que não gostamos ou que nos desiludiram.

Sou amigo de Duarte Lima e já tinha escrito que me chocava o que foi feito com o seu nome durante este Verão. Ele não é nem vigarista nem assassino. É uma pessoa solidária e com inteligência e cultura superior.

Por isso, o que terá passado a sua família a observar o que diariamente é (era) escrito sobre ele.

Manteve o silêncio por sugestão do seu advogado, o Professor Germano Marques da Silva, e pelas imposições inerentes a uma investigação judicial em que, como explicou a polícia brasileira, ele é apenas testemunha e não suspeito.

Duarte Lima, ontem, explicou muito bem que há um tempo mediático e um tempo da justiça e que por vezes são conflituosos. Os especialistas em Direito têm uma visão que se baseia no processo que conduzem. Os especilistas em comunicação baseiam-se na reputação e no universo mediático.

Se os primeiros defendem o silêncio, os segundos preferem um esclarecimento eficaz com uma intervenção pública.

Duarte Lima, provando a sua inocência, optou pelo meio mais difícil, pela prova mais dura. Uma entrevista em televisão, com Judite Sousa (a mais experiente e notável das entrevistadoras) e a possibilidade de, com os resultados de share e a transversalidade de audiências que o seu programa permitem, esclarecer o maior universo de público.

Foi uma notável entrevista. Como me disse um amigo, foi «emoção e credibilidade». Respondeu o que podia responder com seriedade e com a emoção de quem se sente perseguido com injustiça.

A história do contacto com o empresário Lúcio Tomé Feteira foi fantástica, o esclarecimento de que a morte da sua cliente com certeza não lhe interessava a ele, e o recado para reflexão sobre os interesses de «terceiros» foram certos.

E teve dois momentos notáveis de televisão: o seu único momento assassino na vida. Quando Judite lhe pergunta quem está a conduzir esta campanha negra contra ele. Duarte Lima deixou um silêncio que parecia uma eternidade.

E o momento final, de consciência tranquila, que agradece o apoio dos amigos e dos que acreditam na causa nobre que é a sua associação que se transformou no combate da sua vida, e que tem ajudado muita gente, trazendo dadores de medula óssea para os que sofrem leucemia. Pois, como penhor do combate pela vida, tem essa obra feita.

Duarte Lima é e continuará a ser um amigo. Eu já acreditava nele e os que duvidavam, ontem, ficaram bem esclarecidos.

Oráculo (89)

«A felicidade é o prazer dos sábios. O prazer é a felicidade dos insensatos»

Santo Agostinho

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Oráculo (88)

«Um bom escritor não é especialista em nada, só em si mesmo»

John Le Carré

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

O mistério das audiências

Todos os dias tenho a curiosidade em saber quais os programas mais vistos na televisão.

É um indicador importante de tendências e convém sabermos os resultados porque têm a ver com a importância dos meios e públicos onde podemos comunicar.

Já tentaram diversas peças na imprensa tentaram explicar os mecanismos de estudo dos indicadores de audiências. Mas, à distância, considero pouco credível.

Um canal generalista que dá Benfica em prime-time é facilmente candidato a campeão de share. Quando isso acontece e o canal aparece em terceiro lugar é algo estranho.

Durante o Mundial, um jogo qualquer sem importância teve mais audiência que um de Portugal, quando todo o país parou para ver a selecção.

O mercado publicitário depende de indicadores credíveis e cada vez mais a discussão se levanta sobre a seriedade dos resultados apresentados. Algo a acompanhar, agora que os 3 canais generalistas se aprontam para as novidades da "rentrée" em Setembro.

E que podem influenciar os resultados anuais, apesar da liderança da TVI.

Oráculo (87)

«Se se quer ser alguém, deve venerar-se a própria sombra»

Friedrich Nietzsche

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Jukebox (3) - Dubai Chill House

Para um magnífico final de tarde, um salto ao Dubai. O descanso dos guerreiros para nova jornada.

Carta a Jovens Consultores (2) - Universo mediático

Uma lei fundamental no mercado de Conselho de Comunicação, bem como na vida, é procurar o equilíbrio.

Procurar aquilo que muitas vezes é raro de encontrar, o bom senso.

Com o universo mediático o relacionamento dos agentes deve procurar esse equilíbrio. Isto é o bom senso de se saber relacionar com ele.

O universo mediático não respeita quem não o respeita e quem não sabe relacionar-se com ele.

Se a sobre-exposição de uma figura/marca irrita, a saída de cena e o silêncio podem levantar suspeitas. O universo mediático cansa-se com a primeira e estranha a segunda.

É o tal bom senso a solução a procurar. E por vezes é difícil.

Oráculo (86)

«A história vai-me tratar bem, pois eu mesmo pretendo escrevê-la»

Winston Churchill

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Carta a Jovens Consultores (1) - A Verdade

Para quem está na actividade de Consultor de Comunicação o primeiro conselho é simples: VERDADE.

Falar Verdade é uma das principais condições de sucesso na vida. Quem mente, mancha a reputação e perde a credibilidade. O povo português tem ditados muito sábios, aquele que diz que a mentira tem perna curta é certo como a morte e os impostos.

Dizer a verdade pode ter custos, mas um dos benefícios é não ficar com o rótulo de mentiroso, vigarista e aldrabão.

Há quem não tenha vergonha nem formação (falo de formação humana)e prefira não dormir tranquilo. As insónias atacam os mentirosos, alguns mentem para sobreviver, outros porque lhes está na alma e outros ainda porque querem sobreviver a todo o custo e a má formação pessoal, genética, os leva a cometer erros grosseiros.

A VERDADE é difícil, muito difícil, mas falar verdade com as pessoas, com os colegas, com os clientes, com o mercado é uma forma de estar tranquilo, progressão mais calma, mas muito mais séria.

PS: Inicio com este texto, como anteriormente tinha anunciado, esta secção que servirá para teorizar um pouco mas também reflectir conjuntamente e responder a todas as perguntas que me façam. Tentarei responder aqui a todas.

Oráculo (85)

«Quando sou boa sou óptima. Mas, quando sou má, sou muito melhor»

Mae West

Frase retirada do Facebook de minha amiga Virginia Cruz

domingo, 22 de agosto de 2010

Mourinho no El Pais - Honestidade e saber explicar bem

Da magnífica entrevista dada hoje à revista do El Pais retiro duas notas.

Tão importante como saber ler, é saber explicar

Perguntam-lhe, citando a frase de Bobby Robson sobre José Mourinho, «o par deolhos mais extraordinário que conheci em toda a vida», sobre a importância de saber ler:

«É importante ver bem, mas ainda mais importante é que a informação chegue muito bem a quem tem de a receber. É mais importante a qualidade da informação que nos chega do que a qualidade do que vemos. É o que ensino aos jogadores. têm que ler, mas tens de fazer que todos os demais entendam perfeitamente o que tenhas lido».

E a importância da honestidade

Pergunta: «Que aprendeu do seu pai?»

Resposta: «A honestidade. O mais importante de um treinador e talvez de um homem. Sempre tive uma relação fantástica com os meus grupos de trabalho e parece-me que a "culpa" desta relação é essa honestidade que mantenho com os jogadores».

Excelentes ensinamentos para o mercado de Conselho em Comunicação.

Oráculo (84)

«Se não podemos acreditar em ninguém, este mundo é um inferno»

in Rashomon, de Akira Kurosawa

sábado, 21 de agosto de 2010

Jukebox (3) - Quiet Storm

Como a partir de segunda-feira é que o mercado de comunicação está de regresso em pleno, parece que vivemos uma Quiet Storm (de Alex Gopher) ainda nestes dias.

Oráculo (83)

«O cinema só foi verdadeiro quando era mentira»

Arturo Pérez-Reverte

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

«Inception» no mercado de comunicação

Vi há dois dias o brilhante filme de Christopher Nolan, «Inception», A Origem. E registo que, para lá do "Ghost Writer", do Polanski, dois dos melhores filmes estreados este ano têm Leo Di Caprio como protagonista (Inception e Shutter Island).

A acompanhá-lo, uma bateria de secundários fantásticos: Ken watanabe (Cartas de Iwo Jima), Marion Cottillard, Ellen Page (a pequena de Juno e grande actriz no futuro), Pete Postlethwaite (Em Nome do Pai, o pai que Daniel Day Lewis batalha para tirar da prisão), Cillian Murphy (um actor que adoro desde uma pequena obra-prima chamada Breakfast on Pluto), Tom Berenger (Platoon, que está velhíssimo) e o sempre grande Michael Caine (será um ícone eterno desde o Get Carter e Alfie, as versões originais).

O filme, para lá do argumento, é um prodígio técnico, avassalador ao som da música de Hans Zimmer (o criador da banda sonora do Gladiador).

Sobre a temática, a capacidade de se criar os pensamentos através da entrada no subconsciente e no universo onírico é magnífica.

Nos 5 minutos após ter saído da sala de cinema, vi como o mercado de Conselho em Comunicação, muitos dos seus protagonistas, confundem as realidades e o universo onírico. Tal como Di caprio que não consegue afastar a mulher, para não a perder e voltar a ver os filhos, dos seus sonhos construídos.

Não conheço nenhum especialista em "Inception", acho que ainda não existem. Mas imagino os passos no subconsciente de alguns. Criam universos que não existem, às vezes são reféns de «arquitectos» de sonhos de outros e a partir vivem uma realidade que só existe na sua própria cabeça.

O mercado de Conselho em Comunicação, não falo dos consultores anónimos, é uma espécie de realidade misturada com sonhos. Um jogo de aparências em que os primeiros a serem iludidos são os próprios.

Cada um vive o seu sonho, cada um vive a sua realidade, parecendo que todos coexistem em universos paralelos ou várias camadas de sonhos. Quando assim é, a verdade é muito difícil de ser reconhecida. Mas parece que todos seguem, apesar das disputas e ataques, felizes.

Que belo universo onírico é o mercado de Conselho em Comunicação.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Jukebox (2) - Herbert - Bonnie & Clyde

Provavelmente uma das músicas mais perfeitas que conheço.

A versão de Matthew Herbert do Bonnie & Clyde, de Serge Gainsbourg.

Herbert também é um espírito livre, começou como DJ, mas a sua genialidade levou-o a gravar com uma banda filarmónica, apenas porque lhe apeteceu.

PS: Como avisei de antemão, até ao final do mês vou escrever sobre livros e filmes, amanhã vou aplicar o genial "Inception" de Christopher Nolan ao mercado do Conselho em Comunicação.

Oráculo (82)

«Mas desde quando é que a política deixou de ser sobre palavras, discursos e capacidade de persuasão?»

João Miguel Tavares

Jukebox (1) - Serge Gainsbourg, o não alinhado

O mercado de Conselho em Comunicação tem coisas fantásticas.

Adoro ver o bailado dos alinhamentos, das amizades, das novas e velhas amizades. Dos que para sobreviver são obrigados a dar o pino para receberem um afago ou um rebuçadinho.

Não tenho entrado em polémicas porque não me apetece, mas gosto de as acompanhar. Porque sigo à distância, não alinhado com ninguém, pois como muitos sabem tenho a minha própria agenda, sempre a tive.

Anunciei ontem o lançamento da Jukebox. Vou dar música, tentando com ironia comentar algumas coisas. A minha primeira música desta secção só podia ser de Serge Gaisnbourg, o Bonnie & Clyde (com a brigitte Bardot).

Gainsbourg é um cantor e personalidade genial. Um poeta fenomenal, um rebelde, um boémio, uma figura controversa, um não alinhado.

Bonnie & Clyde o casal que o cinema consagrou de espírito livre, jovem, "maverick". Nunca se alinharam com ninguém e foram ícones dos que morrem a fazer o que gostam, tal como Serge gainsbourg.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Duas novidades e um compromisso

A partir desta semana, a acrescentar ao Oráculo, que tem sido um sucesso, vou ter duas novas secções e mantenho um compromisso.

Cartas a Jovens Consultores e a Jukebox.

Cartas a Jovens Consultores - No título inspirei-me nas Cartas a um Jovem Romancista, de Mario Vargas Llosa; Cartas a um Jovem Poeta, de Rilke; e Cartas a um Jovem Jornalista, de Juan Luis Cébrian.

Para lá do que me apetecer escrever de forma pedagógica, aceitarei por todas as vias possíveis, dúvidas, questões, sugestões sobre casos práticos desde que identificados mas que podem pedir anonimato na publicação da questão e tentarei responder a elas.

Jukebox - Para quem me acompanha no Facebook, sabe que há mais de um mês tenho estado a testar, entre as 19h e as 21.30 (hora a que mais frequento esta rede social fora dos tempos de Verão), a colocação de diversas músicas que me agradam. E tem sido um sucesso também.

Aqui o desafio será, para lá de colocar a música que gosto quando me apetecer, tentar aplicar o som às realidades globais que costumo comentar.

Compromisso - como disse há um ano atrás, sou consultor de comunicação e não contabilista. Não tenho esse talento. Logo, este é um blog de comunicação e não de contabilidade.

Oráculo (81)

«Mesmo que não o admitam, o negócio dos jornalistas não é o da informação. É o entretenimento»

Michael Deaver, um dos gurus de Ronald Reagan

terça-feira, 17 de agosto de 2010

O Zé (Pacheco Pereira) faz falta

Li três magníficos posts sobre José Pacheco Pereira. Por ordem cronológica do João Villalobos, do Alexandre Guerra e do Salvador da Cunha.

Digo já que o pouco tempo que perco com a criatura naquele programinha da SIC é por curiosidade de como actuaria um spin doctor de Kim Jong Il. Sim, porque aquele programa devia ser excelente na Coreia do Norte.

Pacheco Pereira tem há muitos anos a sua agenda. E apesar de ser odiado no seu próprio partido, que não é mais do que uma barriga de aluguer para pavonear o seu umbigo, ele continua. Nisso louvo-lhe a sua coerência.

A verdade de Pacheco Pereira é aquela que diariamente lhe apetece na Marmeleira. Porque ele é mais importante do que Portugal, do que os portugueses e talvez, modestamente, do que o mundo.

O Zé (Pacheco Pereira) faz falta. Para termos um estalinista de corpo e alma como reserva museológica da Nação.

Ataca Pedro Passos Coelho mas já foram dados vários exemplos pelos outros colegas de profissão. Sim, colegas consultores de comunicação, que é o que somos. Quando Pacheco Pereira quis vestir a nossa pele deu o pior resultado de sempre ao PSD e a Manuela Ferreira Leite.

Lembro dois casos: Pacheco Pereira lembra-se que nas últimas presidenciais o Professor, repito Professor, Cavaco Silva, essa vaca sagrada da verdade e contra o spin, homem puro e sem truques de comunicação (apesar de ter recorrido, e bem, a uma) posou - foto do Rui Ochôa - com a mulher e os netinhos para a primeira página do Expresso? Que disse Pacheco Pereira na altura?

E mais grave, a hipocrisia. Lembro um caso de como se faz cair máscaras. Em meados dos anos 90, Pacheco Pereira gastou rios de tinta a malhar nos telemóveis e em quem os usava. Parolos, novos-ricos, etc, eram as palavras com que brindava quem os começou a usar.

Pois bem, em 1996, no Congresso de Santa Maria da Feira do PSD, eu estava em trabalho com o Beco (Albérico Alves) para o Semanário. Apanhei-o num canto bem escondidinho a falar ao telemóvel. O Beco tirou o boneco que foi capa do jornal. A hipocrisia é tão feia.

Pacheco Pereira é o Pedro Bidarra da política (com a diferença de ser um homem culto e que escreve bem), ainda não percebeu o que fazem as boas agências de comunicação, que aconselham bem os seus clientes a saber estar e lidar com o mercado mediático.

Somando estes quatro posts, o Zé (Pacheco Pereira) lá vai carpir sobre uma cartelização dos consultores de comunicação que o atacam. E sabem qual é a minha reacção, a priori, á criatura? Quero que se lixe. O Zé (pacheco Pereira) faz falta para animar a malta. A mim faz-me rir.

Oráculo (80)

«O triunfo não assenta senão aos mortos. Aos vivos, há sempre alguém para lhes censurar as fraquezas»

Marguerite Yourcenar

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Oráculo (79)

«Na minha vida ainda preciso de discípulos e, se os meus livros não serviram de anzol, falharam a sua intenção. O melhor e essencial só se pode comunicar de homem para homem»

Friedrich Nietzsche

domingo, 15 de agosto de 2010

Oráculo (78)

«Cuidado com a tristeza. Ela é um vício»

Flaubert

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Oráculo (77)

«O começo é mais da metade da totalidade, e em política isso é um axioma»

José Luiz Zapatero

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Livros e dvd`s que vão comigo

Amanhã, vou entrar numa semana de descanso. Praia e Livros são as receitas que gosto(só o ano passado não pude) quando vou para Sesimbra, casa de férias dos meus pais, com quem tenho excelente relação.

Deixo como sugestões os livros que levo na mala:

Arte e Instinto - Dennis Dutton, Temas & Debates (sobre a criação artística e a nossa forma de a admirar)

A Obsessão do Fogo - Umberto Eco e Jean Claude Carriére, Difel (dois pensadores à conversa sobre livros e a evolução da humanidade. Para quem é cinéfilo, Carrière era o co-argumentista de alguns grandes filmes do Buñuel)

My Name is Red - Orhan Pamuk (empréstimo do Pedro Rocha, da OAK, depois de me ter deliciado com o Museu da Inocência ele recomenda-me este que lhe tirei do escritório)

Duque de Hierro - Manuel fernandez Alvarez, Forum España ( a biografia do Duque de Alba um dos homens mais importantes do império filipino espanhol, que governou como uma lenda negra os Países Baixos)

A Maçã no Escuro - Clarice Lispector, Relógio D´Agua (adoro a escrita dela)

A Floresta dos Espíritos - Jean-Christophe Grangé e O Projecto Janus - Philip Kerr (os dois policiais para ler na areia)

DVD`s

Perfume de Mulher, do Dino Risi (para quem se lembra do filme com o Al Pacino, este, o original, é muito melhor)

Cidade Baixa, do Sérgio machado (apetece-me ver outra vez, com os dois melhores actores brasileiros da actualidade, Wagner Moura e Lázaro ramos e a Alice Braga fenomenal aqui)

La Strada, do Fellini (um dos melhores filmes de sempre para mim, que me apetece ver agora)

Entourage (levo a 6a temporada que acabei de comprar, é muito divertido)

Música

Levo o Private Party II (deep house)e mais um série de cd`s com música que gosto, deixo esta como exemplo

Revistas

Levo a Monocle (esta edição em jornal), várias de História (com artigos sobre Roma), a Vanity Fair espanhola

Politicamente Correcto

Levo a Meios & Publicidade e a Briefing

Oráculo (76)

«De qualquer forma casem: se tiverem uma boa mulher, serão felizes. Se tiverem uma má, tornar-se-ão filósofos»

Sócrates

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Novo Acordo Ortográfico

Este assunto é um dos que levanta mais polémicas na nossa sociedade. Qualquer pessoa da minha geração, e mais antigas, não se sente muito confortável com este Novo Acordo Ortográfico.

Confesso que sinto que ele será uma realidade de toda a comunidade da língua portuguesa, pode demorar mais ou menos tempo. Confesso também que na minha escrita nunca aderirei a ele.

Sendo a língua portuguesa, todos sabemos que a grande indústria cultural da nossa língua não está em Portugal, mas no Brasil. Pela força do número dos seus cidadãos e do seu mercado, bem como pela pujança da sua arte, seja cinema, literatura ou música.

Logo, a nossa adaptação é natural. Foi assim no passado, pois a nossa língua já evoluiu também.

Porém, nada me fará alterar a minha escrita e muitos portugueses também assim o farão. Entendo que hoje em dia o Novo Acordo Ortográfico é a melhor desculpa para quem escreve mal.

No futuro, as novas gerações estarão habituadas já à nova prática. E os nossos media e instituções já se vão habituando. Julgo que o primeiro foi o Record, mas o próprio Expresso também já aderiu (com a excepção de Miguel Sousa Tavares que assume na sua coluna que escreve à antiga).

Mas é algo a que o sector de Conselho em Comunicação terá de estar obrigatoriamente atento. Quem já o fez, muito bem, quem ainda não o fez que se comece a preparar.

Oráculo (75)

«A melhor hora para consertar o telhado é quando o tempo está bom»

John Kennedy

terça-feira, 3 de agosto de 2010

O Bem Amado

Já sabia da rodagem de uma nova versão do Bem Amado, agora em cinema.

Tem Marco Nannini no papel magistral e muito difícil de ultrapassar de Paulo Gracindo, de Odorico Paraguaçu.

O prefeito de Sucupira, o homem que não parava de citar Ruy Barbosa (algumas frases era ele que as criava), que prometia como obra do seu mandato a construção de um cemitério.

A piada era que, por trás dos disparates, corrupção, falta de ética e decência, o cemitério depois de construído nunca mais era inaugurado.

Para quem se lembra, seria o próprio Odorico a morrer para depois ressuscitar para uma nova temporada, no seriado de Dias Gomes.

Neste discurso, em que Gracindo se inspirou no próprio pai, que tinha sido político, vemos o respeito pelos mortos. «Uma cidade que não respeita os mortos não sabe cuidar dos vivos».

Faço sempre esse apelo aos que vivem bem, têm alegria em viver e que, naturalmente, não têm insónias. Que saibam respeitar os mortos.

Oráculo (74)

«Amar é saborear, nos braços de um ente querido, o pedaço de céu que Deus depôs na carne»

Victor Hugo

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Os heróis não fogem

Gosto do combate. Do combate limpo, com galhardia, com argumentos inteligentes e sem pingo de mentira.

Gosto de lutadores. Gosto de heróis. Gosto de inspiradores. Gosto de quem nada teme, não por se ser maluco, mas por se saber controlar o medo. Gosto de quem não foge.

Na 4a temporada do Polvo, que já sabem, muito gosto, o "herói" Corrado Cattani fala com um jornalista em fim de carreira.

Este, tinha como principal referência um juíz que combatia a Mafia. Porém, quando um bando de assassinos lhe apareceu à frente, o juíz gritou, esbracejou, pediu clemência, começou a fugir. Morreu como um cobarde.

Esse jornalista pede a Cattani, no momento em que lhe apareçam os seus torcionários: «quando vierem ter contigo não fujas. Os heróis não devem morrer assim».

Nessa temporada do Polvo, a cena final, pico de audiências nesta série que foi grande sucesso na Europa e em Portugal, é a morte de um herói. Que conhece há muito o seu destino, que o combateu, mas está preparado para ele. São pouco mais de dois minutos fantásticos, aqui.

Deixo este texto para todos os meus heróis, os vivos que continuem muitos anos. E com uma palavra para o combate do António Feyo e do Mário Bettencourt Resendes, que não eram meus heróis, apenas os respeitava, mas morreram como heróis.

Um minuto de silêncio

Eu respeitava o Mário Bettencourt Resendes, um grande senhor do jornalismo. Paz à sua alma.

Oráculo (73)

«Todo o momento de perfeição contém em si mesmo a palavra fim»

Marguerite Yourcenar

domingo, 1 de agosto de 2010

A paz no sector da comunicação

Com a excepção de uma criatura, agora que nasce uma nova "rádio", era bonito haver paz no sector do Conselho em Comunicação.

Aqui deixo humilde sugestão para todos os players. Depois de Jimy Hendrix, sugestão para segunda música da playlist. Uma bela letra...

Nasce uma nova rádio...

Em tempos de fecho de órgãos de comunicação social, lembro-me do 24 horas e do RCP, é sempre bom assistir a novos projectos.

Segundo o PiaR, blog importante do sector da comunicação, escrito por pessoas de pensamento livre, e livres, naturalmente também, de terem os seus amigos e a sua família, vejo algo que me agrada.

Vai nascer uma nova rádio. Começou com Jimmy Hendrix. Um grande regresso em perspectiva, uma sabática que durou um ano e nove meses e meio e que muitos não desejavam que acontecesse.

Se o Verão está quentinho, imaginem o Outono...