terça-feira, 23 de março de 2010

Kurosawa

Se alguém hoje foi ao Google encontrará uma imagem de um senhor de traços asiáticos.
Esse senhor faria hoje 100 anos e chama-se Akira Kurosawa.

Ontem, lia no El Pais que a sua fundação se encontrava falida por desvio de dinheiro do seu filho, mas a obra dele continua um marco homogéneo do melhor que já se fez no cinema.

Em VHS tenho praticamente todos os filmes, em DVD ainda falta muita coisa ser editada. Para os fãs já há um site oficial do mestre japonês (não faço link pois só tem conteúdos em japonês) que encantou Scorsese, Coppola, Lucas e Spielberg que chegaram a financiar os seus últimos filmes: Ran, Sonhos e Rapsódia em Agosto.

Com dois actores fetiche Toshiro Mifune e Tetsuya Nakadai, Kurosawa que tinha como maior referência John Ford (por isso usava os seus óculos de lentes negras) construiu uma obra fenomenal ao longo de décadas. Com Rashomon conquistou a Europa e depois deixou filmes como o Anjo Ébrio, O Barba Ruiva, Os homens que andam na cauda do Tigre, Dersu Uzala e tantos outros. Marcantes para mim:

O Trono de Sangue - a melhor adaptação de Macbeth

Ran - genial interpretação do Rei Lear também de Shakespeare

Kagemusha - o líder que tinha um sósia por motivos de segurança e com a sua morte abrupta é substituído pelo sósia e só o neto, na ingenuidade duma criança, é capaz de o desmascarar. E chamo a atenção que na edição especial portuguesa está o storyboard todo desenhado por Kurosawa que é lindo e uma obra de arte de um homem fascinado pela pintura.

Os Sete Samurais - que influenciou tantos filmes de Hollywood.

E, nunca me esqueceria, de um que não há ainda em DVD. Yojimbo, o invencível, a história de um samurai, Toshiro Mifune, que faz justiça numa cidade.

Akira Kurosawa merece todas as homenagens do mundo, não só de pessoas cultas mas também dos que não gostam e não vêem filmes antigos e nunca viram um filme dele.

Kurosawa com qualidade fez também entretenimento, aquilo que só os que têm inteligência para ver filmes de heróis da Marvel - porque senão adormecem ou não compreendem algo mais elaborado - tanto gostam.

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